quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Madruga Suja

Não vos tenho colocado a par das minhas leituras e desde No Limiar da Eternidade (que vos falei aqui) já li 3 livros (quase 4). Mas não vos vou falar de todos no mesmo post, para não ficar um post muito comprido e para dar a devida atenção a cada um. :)

Seguindo a ordem cronológica de leitura, o livro que vos falar hoje é Madrugada Suja, de Miguel Sousa Tavares, que já estava há algum tempo na minha lista de livros a ler, principalmente porque gostei muito dos outros romances que li deste autor (Equador e Rio das Flores).

Madrugada Suja, através da história de Filipe, um arquitecto paisagista com uma origem humilde, dá-nos a conhecer duas realidades contrastantes: a de uma pequena aldeia alentejana; e a da corrupção política e económica.

O ponto de partida do enredo é um incidente dramático entre estudantes universitários, a que o autor apelida de madrugada suja. E a partir daí vamos conhecendo personagens e acontecimentos que aparentemente em nada se relacionam, mas que ao longo do livro vão tomando forma e sentido.

A avaliação global deste livro é bastante positiva, no entanto fica muito aquém dos outros livros de Miguel Sousa Tavares, logo fica aquém da expectativa. Para além disso a história é um bocado previsível demais e a intenção de crítica social demasiado óbvia. Apesar de tudo é um livro de leitura fácil e entusiasmante.
 
 


 
Excertos do livro:
 
"Se hoje, a alguma mulher - ou homem, vá - fosse proposto um amor assim, feito de um amontoado de dias sempre iguais, de hábitos, rituais, incompreensíveis manias estabelecidas, feitos de tantos e tantos silêncios, de olhares mudos, mãos que às vezes se tocavam disfarçadamente sobre a mesa quando ninguém mais estava a ver, feito de tantos e tantos trabalhos forçados, canseiras, cansaços, desilusões e embaraços, quem, que mulher, que homem, chamaria a isso amor?" (Pág. 61)
 
"Alguém dissera um dia que se podia viver sem tudo, menos água e comida, mas que viver sem livros e sem música não seria o mesmo que viver. " (Pág. 238)
 

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