O último livro que li durante o ano de 2014 foi Mrs.
Dalloway, de Virginia Wolf, que é considerado um dos grandes romances do século XX (foi
publicado pela primeira vez em 1925), principalmente pela modernidade na forma
de escrita.
Como não
poderia deixar de ser a personagem principal é Clarissa Dalloway, uma típica
mulher da alta sociedade inglesa no pós Primeira Guerra Mundial, mas
paralelamente acompanhamos Septimus Warren Smith, que sofre de problemas mentais
que advêm da sua condição de veterano da Guerra. No entanto, estes não são os
únicos narradores, ao longo livro vamos “saltitando” de personagem em
personagem conhecendo-os através da mente/pensamento de cada um.
A acção do
livro decorre num único dia, o dia em que Mrs. Dalloway dá uma festa, não
obstante é-nos dado a conhecer o presente e o passado construindo o universo
interior e exterior das personagens.
Na minha
opinião este livro não é de leitura fácil, pois é introspectivo e de interpretação
complexa (não é linear compreendermos a intenção, o sentido da história). Creio
que a frase de Italo Calvino que vem no final da minha edição do livro aplica-se
completamente a este livro: “Um clássico é um livro que nunca acaba de dizer o
que tem para dizer”.
A leitura dos clássicos é um desafio que coloco a
mim própria, pois raramente são livros fáceis. E apesar de nem sempre ser um
prazer, um momento de descontracção lê-los, é extremamente enriquecedor. E definitivamente
Mrs. Dalloway foi um destes casos.